Quarentena! Novos hábitos. Isto mesmo, quando imaginamos que estaríamos andando de máscara por aí, cuidando nas interações sociais, zelando pela higiene e pela segurança no ambiente para que o vírus não se propague mais. Pois é... se falassem isto o ano passado muitos dariam de ombro. Naquele momento muitos estavam pensando em como ser mais produtivo, gerar mais resultado, trazer novas realizações para a sua coleção de conquistas.
Enfim, queremos ser mais produtivo. Acredito ser natural, uma vez que estamos sempre na busca da nossa melhor versão – ser melhor para nós mesmo. Então, se analisarmos quando fomos mais produtivos na nossa trajetória podemos perceber que foram nos momentos que tínhamos alguns rituais e certas fórmulas para ser mais eficaz, quase como uma ciência. Fazer isto, aquilo e aquele outro. Neste, naquele momento.
Então, já que tinha tempo, fui estudar um pouco mais sobre como ser mais produtivo. Com base nas leituras que fiz na busca de entender o porquê de em alguns momentos ser mais produtivo que em outros, conversando com algumas pessoas sobre estes momentos, compreendi que não é por acaso.
Essas pessoas com as quais conversei e li sobre elas eram produtivas porque tinham hábitos, com planejamento meticuloso e preparação, muitas meditações, otimizações e relatórios sobre si mesmo – o famoso diário que falo tanto nas minhas sessões de psicoterapia ou de desenvolvimento.
Resumindo: pessoas que se conhecem nas suas reações e sentimentos, que tem planejamento, execução, correção de rota, realização – com foco no caminho; e cuidam da saúde mental por meio da meditação.
Isto é, meditar é uma tentativa consciente de concentrar a atenção sem analisar, sem ter pensamentos ruminantes ou discursos na mente. A meditação que se procura é a mindfulness, que pressupõe: atenção sem julgamento, aceitação, abrir-se para o novo, não lutar, ter confiança e desvencilha-se. Fazendo isto a pessoa conquista maior percepção de si, conseguindo a cada passo trazendo o seu melhor.
Logo, queremos ser mais produtivos para sermos melhores, e para ser precisamos “atingir os três mais importantes resultados da vida: conexão com outras pessoas, busca de sentido e a vivência de algum grau de prazer ou satisfação” (Snyder e Lopes, no livro Psicologia Positiva, de 2009)
No início da quarentena, fiquei meio imóvel – o que fazer? Ficar em casa? Daí na primeira semana me larguei no sofá.... bem... as coisas não funcionam assim. Precisamos nos cuidar, mas não podemos perder o que conquistamos. Então, retomei minha pesquisa de como poderia aproveitar melhor meu tempo e as interações que teria pela frente. Algumas respostas interessantes encontrei e relato abaixo.
45% DO NOSSO COTIDIANO REPETIMOS DIA – APÓS - DIA
Num livro que li tinha a seguinte afirmação – 45% dos nossos comportamentos cotidianos tendem a ser repetido, no mesmo local e quase que todos os dias.
Então, o truque é tentar tirar proveito disto, tomando consciência do que fazemos sempre e como podemos otimizá-lo e construir novos hábitos.
Veja o que você quer mudar ou incorporar na sua rotina. Por exemplo – quero parar de comer besteiras, então dizer – quero parar de comer besteira é muito vago. Você precisa dar um gatilho para o seu cérebro para ele lembrar que você não quer mais comer besteira.
Analisando o seu dia e vendo em quais situações você come besteira, pode perceber que um momento é quando você está no seu intervalo e não tem muito o que fazer. Você pode dizer algo assim para você – quando não tiver nada para fazer vou ler aquele livro que desejo tanto ler e nunca arrumo tempo. Ou então, toda vez que não tenho nada para fazer vou tomar um copo de água e falar com alguém que preciso trocar uma ideia. Com uma ou outra frase você estará dizendo para o seu cérebro que a hora de não fazer nada é hora de ler o livro ou conversar com uma pessoa que você quer, em vez de comer aquela besteira que acaba fazendo por não ter nada a fazer.
A partir de dizer isto para você não fazer nada significará ler ou conversar com alguém, em vez de comer besteira.
APENAS COMECE
Algumas pesquisas dizem que umas pessoas têm medo de começar um projeto grande – dizem logo de cara – não vou dar conta. Dá conta sim!
O problema só está no ponta pé inicial, pois quando começamos vamos percebendo que é possível – um passo de cada vez, vai-se longe. Tomamos mais contato conosco e as nossas possibilidades.
Então, da próxima vez que você tiver um grande projeto ou tarefa para executar, em vez de dizer vou me sobrecarregar, apenas relaxe, comece e faça um pouco de cada vez.
COMECE PEQUENO, ENTÃO FIQUE GRANDE
Navegando por páginas encontrei BJ Fogg pesquisador de Stanford, e ele comenta que ao longo dos anos pesquisando sobre o comportamento humanos ele conclui que apenas três coisas mudam o comportamento das pessoas ao longo do tempo
1. Tenha uma epifania
2. Altere o seu ambiente
3. Dê pequenos passos
A primeira opção é bem difícil, mas as duas seguintes nem tanto. Ambiente – fomos obrigados pela quarentena e pequenos passos – preciso entender melhor. Ele comenta se queremos mudar algo, começamos dando minúsculo passo por dia. Por exemplo quer cuidar melhor de você, de manhã quando acordar tome um copo de água. Simples, pequena atitude, que quando incorporada todos os dias pode trazer mudanças.
Ah, nesta busca também encontrei um aplicativo no play store – o Fabulous - que dá alertas para a incorporação de novos hábitos, instalei no meu aparelho e venho incorporando no meu dia-a-dia, está bem interessante.
Gosto da tecnologia nos auxiliando a ser melhor.
QUER SER MAIS PRODUTIVO – ENTÃO: ABRACE A ROTINA!
Barack Obana é conhecido por sempre usar azuis e cinzas. Uma vez indagado disse – tenho que tomar tantas outras decisões que não quero muitas decisões para que roupa vou usar ou o que vou comer. Isto tem relação com outro vídeo que vi no TED sobre o paradoxo da escolha de Barry Schwartz.
Para terminar este post, vou compartilhar com vocês o que li no livro Segredo dos Milionários com analogia que Napoleon Hill fez sobre a hábitos.
“O hábito pode ser comparado aos sulcos de um disco fonográfico, enquanto a mente humana pode ser comparada à ponta da agulha que se encaixa dentro daquele sulco. Quando um hábito for bem formado (pela repetição do pensamento ou da ação), a mente tem a tendência a ligar-se a ele e a segui-lo tão de perto como a agulha da vitrola segue o sulco no disco.” (Hill, 2013, p.132)
FICA A PERGUNTA:
O que você vai fazer, hoje, para começar a construir novos hábitos para ser mais produtivo?
Pense na resposta, escolha as melhores opções para você, arregace as mangas e faça acontecer. Só depende de você.
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